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O que o evangelho de Jesus Cristo significa para Carlos Wizard Martins, um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil

Martins reflete sobre a influência do homem que apresentou a Igreja a seu pai: ‘Somos uma família missionária’

Ao entrar em um elevador em Curitiba, Brasil, no final da década de 1960, Antônio Martins notou que o ascensorista estava lendo um livro que parecia uma Bíblia. “Irmão, você está lendo a Bíblia?” perguntou o jovem pai e empresário.

José Athaydes, ascensorista e membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, respondeu: “Estou lendo o Livro de Mórmon. Você também é mórmon? A qual ramo você pertence?”

Antônio Martins, que não conhecia a Igreja, respondeu: “Pertenço ao ramo de negócios e comércio.”

Com um sorriso, Athaydes perguntou se os missionários poderiam visitá-lo em sua casa. Quando Antônio Martins perguntou sobre o que eles falariam, Athaydes simplesmente respondeu: “Sobre Jesus Cristo.”

Carlos Martins, à direita, cumprimenta refugiados venezuelanos em Boa Vista, Brasil. Ele e sua esposa, Vânia, ajudaram a realocar cerca de 20.000 refugiados durante uma missão humanitária de 2018 a 2020. Fornecida por Carlos Martins
Carlos Martins, à direita, cumprimenta refugiados venezuelanos em Boa Vista, Brasil. Ele e sua esposa, Vânia, ajudaram a realocar cerca de 20.000 refugiados durante uma missão humanitária de 2018 a 2020. Fornecida por Carlos Martins

Esta é uma história que Carlos Wizard Martins, o mais velho dos sete filhos de Antônio e Hilda Martins, costuma contar [em inglês]. Ele se lembra bem do dia em que os missionários, vestidos com ternos, camisas brancas e gravatas, chegaram à sua casa, acompanhados por Athaydes. Carlos e seus pais se filiaram à Igreja quando ele tinha 12 anos de idade.

Hoje, pai e avô de 65 anos de idade e um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil [em inglês], Carlos Martins se emociona quando pensa em Athaydes, sua disposição de compartilhar o evangelho de Jesus Cristo e a influência que exerceu sobre gerações da família Martins.

“Ele era um homem muito simples”, disse Carlos Martins sobre Athaydes. “Ele ia de bicicleta para o trabalho. Não tinha muita instrução. Nunca foi um líder na Igreja; apenas um membro. Mas, de alguma forma, ele acreditava que todo membro era um missionário.”

Athaydes, com 90 anos de idade, ainda mora em Curitiba. Antônio Martins faleceu no dia 6 de abril de 2022, aos 88 anos, deixando um legado de fé.

Carlos Martins, à direita, com seu pai, Antônio Martins, ao centro, e sua esposa, Vânia Martins, à esquerda, em uma capela santo dos últimos dias em Orem, Utah, pouco antes de Antônio falecer em abril de 2022.

Carlos Martins, à direita, com seu pai, Antônio Martins, ao centro, e sua esposa, Vânia Martins, à esquerda, em uma capela santo dos últimos dias em Orem, Utah, pouco antes de Antônio falecer em abril de 2022. | Fornecida por Carlos Martins

Todos os sete filhos de Antônio Martins serviram ou servirão missões (uma de suas filhas está se preparando para servir uma missão para casais com o marido), além de vários netos e bisnetos. “De fato, somos uma família missionária”, disse Carlos Martins ao Church News.

O serviço missionário de Carlos Martins inclui uma missão de tempo integral em Portugal em sua juventude, o cargo de presidente da Missão Brasil João Pessoa de 2001 a 2004, e uma missão humanitária de 2018 a 2020, para ajudar refugiados venezuelanos. Agora, ele e sua esposa, Vânia, servem como missionários de ala na Ala Taquaral, Estaca Campinas Brasil Castelo. Eles têm seis filhos e 19 netos.

“Gosto do conceito de que, quando cortamos uma maçã, podemos contar o número de sementes. Mas, quando uma dessas sementes se transforma em macieira, é impossível saber quantos frutos essa árvore dará”, disse Carlos Martins. “Hoje, acredito que esse seja o grande impacto que o evangelho teve em minha família.”

A influência do evangelho na carreira de Carlos Martins

Carlos Roberto Martins, hoje Carlos Wizard Martins, é conhecido no Brasil por fundar o instituto de idiomas Wizard, a partir do qual ele montou uma rede com 3.000 escolas de ensino da língua inglesa. Ele vendeu seu negócio multimilionário em 2013 [em inglês]. Desde então, ele e Vânia expandiram seus investimentos e filantropia.

Formado pela Universidade Brigham Young, Carlos Martins disse que, ao longo de sua carreira, o Senhor muitas vezes colocou pessoas com ideias semelhantes às suas em seu caminho, as quais tinham propósito, direção e valores parecidos. Ele também encontrou respostas nas escrituras — não necessariamente nas palavras escritas nas páginas, mas no que sentia através do Espírito.

“Acredito que fui tocado e influenciado pelo Espírito Santo em muitas de minhas decisões, até mesmo nas cotidianas”, disse ele. “Seja como for, de alguma maneira que não entendemos completamente, o Senhor dirige nosso caminho.”

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Para ele, a inspiração vem através da intuição e da conversa com outras pessoas. À medida que ele discute uma ideia e busca sugestões, seu plano é ajustado e se torna um conceito mais sólido. “É o que chamamos na Igreja de ‘conselho’”, disse ele.

Ele explicou que iniciar um projeto é como atravessar um túnel escuro, apenas com a luz de um celular. “Se você ficar parado, se não se mover porque está com medo, uma hora a bateria acabará e você ficará completamente perdido nessa situação.

“No entanto, se tiver fé e acreditar em si mesmo, nas pessoas, no projeto e em seus planos, você avançará um, dois, três, quatro metros até ver a luz no fim do túnel.”

Esta lição de seguir em frente com fé provou ser valiosa, não apenas nos empreendimentos comerciais de Carlos Martins, mas também no serviço de sua família na Igreja.

Ministrar na fronteira

Enquanto o filho de Carlos e Vânia, Nicholas Martins, se preparava para servir uma missão de tempo integral, eles temiam que ele não pudesse servir por dois anos longe de casa devido a problemas de desenvolvimento. Vânia sugeriu que ela e Carlos servissem uma missão de serviço e levassem Nicholas com eles.

O momento foi inspirado, disse Vânia Martins, pois a presidência da Área Brasil estava procurando um casal que pudesse trabalhar com os refugiados venezuelanos em Boa Vista, a capital do estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela, e eles aceitaram a designação.

Carlos Martins, à direita, com seu filho, élder Nicholas Martins, ao centro, e sua esposa, Vânia Martins, à esquerda.

Carlos Martins, à direita, com seu filho, élder Nicholas Martins, ao centro, e sua esposa, Vânia Martins, à esquerda. | Fornecida por Carlos Martins

Ela nunca se esquecerá das cenas de partir o coração que presenciou, quando eles chegaram a Boa Vista em julho de 2018. Os campos de refugiados estavam lotados e milhares de pessoas estavam dormindo nas ruas, famintas, doentes e desesperadas por ajuda. Havia idosos, grávidas e jovens casais com bebês que precisavam de fraldas e roupas. Ela ficou aflita.

“Quando chegamos, vi tantos problemas que achei que não conseguiria realizar o trabalho”, recordou Vânia Martins. “Comecei a orar: ‘Pai Celestial, dê-me um pouco de Seu amor por essas pessoas. Coloque um pouco desse amor em meu coração para que eu possa realizar este trabalho.’”

Suas orações foram atendidas e o amor surgiu. “Comecei a vê-los como Deus os vê. Comecei a ter a compaixão que Cristo demonstrou. (…) Com este sentimento, ficou fácil ajudá-los a resolverem seus problemas da melhor maneira que podíamos”, disse ela.

Carlos Martins é fotografado aqui com uma criança no campo de refugiados venezuelanos em Boa Vista, Brasil, onde Carlos e sua esposa, Vânia, serviram em uma missão humanitária de 2018 a 2020.

Carlos Martins é fotografado aqui com uma criança no campo de refugiados venezuelanos em Boa Vista, Brasil, onde Carlos e sua esposa, Vânia, serviram em uma missão humanitária de 2018 a 2020. | Fornecida por Carlos Martins

Carlos Martins também ficou inicialmente assustado com a tarefa recebida e fez um pedido semelhante ao Senhor por ajuda: “Um sentimento muito forte veio até mim e disse: ‘Calma, Carlos. Esse trabalho não é seu. Este trabalho é Meu.’

“Naquele momento, me senti muito humilde porque pensei que estivesse fazendo tudo. Achei que estava resolvendo todos os problemas. Mas, na verdade, eu era apenas um pequeno instrumento nas mãos do Senhor e Ele estava cuidando de Seus filhos.”

Com a compaixão de Vânia e as conexões empresariais de Carlos, bem como o apoio de várias organizações, a família Martins ajudou a realocar cerca de 20.000 refugiados [em inglês] para outras regiões do Brasil, para que pudessem ter um futuro mais estável.

Carlos Martins, à direita, e sua esposa, Vânia, no centro à direita, com uma família de refugiados venezuelanos no aeroporto de Boa Vista, Brasil. Durante sua missão de 2018 a 2020, a família Martins ajudou a realocar cerca de 20.000 refugiados para outras regiões do Brasil, para que pudessem ter um futuro mais estável. 

Carlos Martins, à direita, e sua esposa, Vânia, no centro à direita, com uma família de refugiados venezuelanos no aeroporto de Boa Vista, Brasil.  | Fornecida por Carlos Martins

Recentemente, Carlos e Vânia Martins receberam o prêmio Freedom Award [em inglês] durante o evento Freedom Awards Gala de 2022 em Provo, Utah, por seu serviço prestado na fronteira do Brasil com a Venezuela.

“O que fazemos pelo trabalho missionário na Igreja traz muita alegria”, disse Vânia Martins. “É um tipo de alegria diferente que não podemos encontrar em outras coisas.”

‘Amar, compartilhar e convidar’

Durante a pandemia, depois de voltar de Boa Vista para casa, Carlos Martins recebeu uma mensagem de uma mulher que queria conversar com ele sobre sua religião em uma live no Instagram. Logo, Vânia Martins e o marido da mulher se juntaram às conversas.

Carlos e Vânia convidaram o casal para irem à Igreja e se reunirem com os missionários. Alguns meses depois, a mulher, o marido e os filhos foram batizados.

Eles continuam realizando lives semanais no Instagram para falar sobre o evangelho. “Já faz dois anos que fazemos isso: um devocional semanal em uma live no Instagram nas noites de domingo”, disse Carlos Martins. Vários espectadores em todo o Brasil têm solicitado exemplares do Livro de Mórmon e visitas dos missionários. Muitos têm ido à igreja e alguns foram batizados.

A experiência nas lives do Instagram faz com que Carlos Martins se lembre dos princípios “amar, compartilhar e convidar” que Élder Gary E. Stevenson, do Quórum dos Doze Apóstolos, enfatizou na conferência geral de abril de 2022.

“Na verdade, isso é o que temos feito. Estamos amando, compartilhando e convidando pessoas pela internet”, disse Carlos Martins.

Vânia Martins acrescentou: “Vimos a diferença que o evangelho faz na vida das pessoas. Esta alegria que vemos neles é a mesma que sentimos também.”

E é a mesma alegria que Carlos Martins sente quando pensa em José Athaydes, o ascensorista, e nos inúmeros frutos que vieram de sua disposição de, literalmente, abrir as portas do evangelho para a família Martins no elevador naquele dia.

FONTE:
https://www.thechurchnews.com/pt/membros/2022/9/4/23336188/evangelho-jesus-cristo-carlos-wizard-martins-empresarios-mais-bem-sucedidos-brasil

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