O que as escrituras modernas ensinam sobre os detalhes únicos da criação
Por causa das escrituras modernas, podemos ter um entendimento maior com relação ao plano de Deus para Seus filhos, o que inclui a criação dos céus e da terra.
Se você é como eu, você tem um número específico de experiências espirituais poderosas que estão gravadas em sua memória.
Esses momentos cruciais, quando sentimos o Espírito abrir o nosso coração e iluminar a nossa mente em um grau completamente novo, podem mudar o curso de nossa vida.
Um dos meus primeiros momentos espirituais decisivos aconteceu em um domingo durante uma aula das Moças, quando eu tinha entre 12 ou 13 anos. Mas, ainda posso me lembrar da aula e do lugar onde eu estava sentada.
Nossa professora, uma mulher angelical que me intrigava pela forma que via o mundo, compartilhou conosco a história de um cientista que havia falecido recentemente.
Esse homem era um especialista em borboletas conhecido no mundo inteiro. Segundo um artigo que ela havia lido, ele passou toda a sua carreira profissional aprendendo tudo o que podia sobre borboletas.
Ela nos mostrou lindas imagens de borboletas coloridas, enquanto nos explicava sobre algumas das descobertas que o cientista havia feito, sobre aquela encantadora e delicada criatura.
Então, ela pediu que imaginássemos esse homem, recém chegado no céu, tendo sua primeira interação com o Pai Celestial, e dizendo com humildade e sinceridade, “Passei toda a minha vida aprendendo tudo o que eu podia sobre a Sua magnífica criação, a borboleta”.
E logo, quase implorando, “Por favor, me ensine tudo o que me falta saber!”.
Imaginar a conversa desse homem com Deus, sua gratidão e antecipação, prendeu completamente os meus sentidos espirituais.
Os sentimentos que se apoderaram de mim naquele momento, como uma adolescente mal humorada, me causaram um total assombro diante da magnitude e magnificência das criações de Deus.
Aquele momento mudou a minha vida, alterou permanentemente a forma que eu apreciava e interagia com o mundo natural.
Lembro-me dessa experiência e desses sentimentos toda vez que leio a seção 59 de Doutrina e Convênios. Nesta seção, o Senhor detalha algumas das razões por ter criado uma terra tão magnífica.
“Sim, todas as coisas que provêm da terra, em sua estação, são feitas para o benefício e uso do homem, tanto para agradar aos olhos como para alegrar o coração;
Sim, para servir de alimento e para vestuário, para o paladar e o olfato, para fortalecer o corpo e avivar a alma.
E agrada a Deus ter dado ao homem todas essas coisas; pois para esse fim foram feitas.” D&C 59:18-20
O presidente Russell M. Nelson compartilhou o seguinte:
“O propósito fundamental da Criação era proporcionar corpos, ou seja, tornar possível a vida e as experiências mortais para estes espíritos que aguardavam ansiosamente.”
Essas experiências mortais, possíveis por meio dos corpos físicos e por esse reino físico em que vivemos atualmente, estão destinadas a nos ensinar e exaltar gradualmente “linha sobre linha, preceito sobre preceito”.
A explicação mais ampla da Restauração de como e por que esse mundo foi criado, amplia a nossa perspectiva e altera a forma que experimentamos, apreciamos e interagimos com o mundo natural.
A verdade restaurada proporciona a informação que necessitamos para entender a medida da criação da Terra, assim como a medida de nossa criação.
A criação
A primeira frase do Antigo Testamento diz, “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gênesis 1:1).
Tendo o respaldo do registro de Abraão, os profetas dos últimos dias encorajam uma interpretação mais ampla da criação, sugerindo um processo de organização, já que algo não pode ser feito do nada.
O profeta Joseph comparou essa visão ampliada da criação com a construção de um barco, no qual o trabalhador manipula materiais pré-existentes, aumentando a sua utilidade através da engenhosidade e da criatividade.
Em sua grande visão da Criação, Abraão se referiu especificamente aos materiais pré-existentes, detalhando como o Senhor se encontrava com mutas “nobres e grandes” inteligências, convidando-as a unir-se a Ele para levar “esses materiais” para organizar e “[fazer] uma terra” onde os filhos de Deus poderiam habitar (Abraão 3).
Ao reconhecer que a terra foi criada, ou organizada, de matéria pré-existente, e não a partir do nada, como alguns acreditam, amplia a nossa compreensão, particularmente com relação a nossa identidade como filhos e filhas de Pai Celestiais.
Essa compreensão nos lembra que o propósito da terra é permitir que tenhamos experiências e a preparação necessária para sermos herdeiros de Deus na eternidade.
A criação espiritual
Antes de irmos para o ponto culminante da Criação, a introdução do primeiro homem e mulher na Terra, considerando brevemente as fases da Criação, bem como duas de suas facetas importantes, discutiremos algumas bases importantes para um estudo mais detalhado.
A comparação das semelhanças e diferenças entre Gênesis 2:5 e Moisés 3:5, revela que a Bíblia perdeu um detalhe precioso da verdade doutrinária referente às fases da Criação.
Gênesis 2:5
“E toda planta do campo que ainda não estava na terra, e toda erva do campo que ainda não brotava; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.”
Moisés 3:5
“E toda planta do campo, antes de estar na Terra, e toda erva do campo, antes de brotar. Pois eu, o Senhor Deus, criei todas as coisas das quais falei espiritualmente, antes que elas existissem fisicamente na face da Terra. Pois eu, o Senhor Deus, não fizera chover sobre a face da Terra. E eu, o Senhor Deus, havia criado todos os filhos dos homens; e ainda não havia homem para lavrar a terra, pois no céu os criei; e ainda não havia carne sobre a Terra nem na água nem no ar.”
Como vemos, o relato de Moisés inclui uma verdade importante: “Pois eu, o Senhor Deus, criei todas as coisas das quais falei espiritualmente antes que elas existissem fisicamente na face da Terra… pois no céu os criei”.
As escrituras e a restauração esclarecem que houve uma Criação espiritual antes da Criação física.
Através dos profetas modernos, também sabemos que há uma terceira fase na criação: uma Criação paradisíaca.
O presidente Russell M. Nelson chamou a criação de Adão e Eva de “uma criação paradisíaca”:
“A criação de Adão e Eva foi uma criação paradisíaca, uma criação que exigia uma transformação significativa para que eles pudessem cumprir o mandamento de ter filhos e, assim, fornecer corpos para os filhos e filhas espirituais e pré-mortais de Deus.”
Este período paradisíaco da Criação descreve a terra como o Éden, o lugar e o tempo em que ocorre a história de Adão e Eva no jardim.
Fonte: LDS Living
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