Como tornar nossa ala mais acolhedora para os membros novos
Atualmente, sou um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias há mais de 18 anos agora. Depois de me casar, eu me batizei com 24 anos de idade. Eu lembro que decidi ser um membro da Igreja SUD porque eu tinha meu próprio testemunho e não para agradar minha esposa. Eu recebi as lições com três duplas de missionários, então eu marquei a dada batismal. Todas as experiências que tive foram diferentes, mas foram impactante em minha vida por causa de diversas razões. Mas isso fica pra outro dia. Hoje falarei sobre as dificuldades que tive para conectar-me com os membros em geral.
Eu já morei em quatro estados diferences e fui membro de 14 alas nos últimos 18 anos de membro, mas em cada lugar, eu encontrei dificuldades de me relacionar com os membros locais. Um exemplo perfeito disso foi quando eu tive uma reunião do quórum de élderes. Nós estávamos conversando sobre um discurso da conferência desse anos sobre as três áreas que as famílias precisam se concentrar para ensinar os filhos no lar: oração familiar, estudo das escrituras em famílias, e noite familiar. Eu acredito que esses princípios são fundamentais para o ensino dos filhos no lar.
Foi aí que encontrei problema para me relacionar. O quórum de élders da minha ala vai desde jovens de 18 anos de idade até idosos. Há uma grande variedade de idades e experiências, mas a maioria dos irmão tem visões bem diferentes das minhas. Todas as conversas eram sobre os antepassados pioneiros de suas famílias e experiências de se crescer em uma família de membros que sempre praticaram esses princípios em seus lares. Não quero dizer que eles eram perfeitos em todas as coisas, mas suas experiências e memórias envolviam essas três coisas. Dificilmente alguém mencionou uma experiência diferente e eu tento entender o porquê disso.
Eu não cresci com essas coisas. Eu não cresci em meio de uma crença religiosa ou qualquer estrutura. Minhas experiências de vida são muito parecidas às experiências de outros conversos na Igreja. São experiências do mundo. Eu cresci com uma mãe solteira que trabalhava o dia inteiro. Eu ia para a escola, tinha amigos e praticava esportes. Eu gastava meu tempo fazendo coisas mundanas que não eram de acordo com o evangelho. Minhas experiências não eram nada semelhantes ao que eu estava ouvindo. Por que não havia experiências pelas quais eu pudesse relacionar a minha vida? Por que eu me sentia tão desconfortável em compartilhar minha opinião e experiências?
Ao ficar sentado assistindo a aula na minha Ala, eu me senti triste, envergonhado, indigno e um estrangeiro. Quanto mais eu refletia, mais eu ficava triste e desencorajado porque eu continuava a falhar naquelas três áreas. Ao invés de ensinar como nós podíamos melhorar naquelas áreas, a maior parte da conversa foi o quão bem todos já praticavam aqueles princípios.
Eu pensei comigo mesmo, há outras pessoas em outras alas que sentem o mesmo que eu? Todos são perfeitos ou eles têm medo de falar sobre suas imperfeições? Por que não posso abrir minha boca e compartilhar minha história? É porque eu estou envergonhado também ou porque eu acho que ninguém vai entender minha história ou experiências?
Eu fui para cada naquele domingo me sentindo pior sobre mim mesmo e minha situação do que jamais senti.
No dia seguinte eu compartilhei com minha esposa como eu estava me sentindo e ela entendeu. Ela me disse também que o evangelho é verdadeiro e perfeito, mas as pessoas não. Ela me disse que eu tinha uma voz, e que minha voz precisava ser ouvida porque ela acreditava que há muitas pessoas na Igreja que se sentiam da mesma maneira. Ela fez um comentário que nunca esquecerei:
“Sua experiência precisa ser compartilhada e é preciso que haja mais pessoas dispostas a compartilhar suas experiências imperfeitas para ajudar as reuniões a serem mais inclusivas e não exclusivas.”
Eu acho que muitas vezes, ao invés de ensinar com o Espírito, as pessoas ensinam de suas próprias experiências. Se a experiência delas é específica, então somente a voz delas é ouvida. Aqueles que cresceram com experiências diferentes se sentem julgados e repreendidos ao invés de instruídos no princípio a ser ensinado. Ao ensinar uma lição usando experiências pessoais, a lição deve ser ensinada de uma maneira de incluir a diversidade de experiências entre os membros da Igreja. Experiências são importantes para a conversa, mas a parte importante de uma lição é ensinar e instruir sobre como crescer como um discípulo de Cristo.
Há maneiras de fazer isso. Acho que conversar com aqueles que têm uma história de vida diferente pode ajudar na preparação de uma lição e dar diferentes perspectivas. Outra coisa seria preparar a lição para que o professor seja um facilitador em um debate em grupo. Dessa forma os que estão na sala ensinarão uns aos outros. A lição se torna a âncora para nos mantermos no tópico enquanto o grupo troca ideias e experiências diferentes. O mais importante de tudo: uma lição deve ser preparada em espírito de oração. Devemos ensinar com o fato em mente de que o Pai Celestial tem uma lição para ensinar e somos apenas um instrumento em Suas mãos. Com uma oração no coração e o Pai Celestial em mente, Sua mensagem será ensinada de forma a permitir que todos ouçam e se sintam compreendidos.
Se você é um membro converso ou nasceu no convênio, se você é menos ativo ou vai todos os domingos, por favor, compartilhe na igreja sobre suas imperfeições e fraquezas, sobre sua fragilidade, sobre suas verdades. Há pessoas que precisam ouvir de você. Há pessoas que precisam encontrar pessoas que possam se identificar. Se falarmos apenas sobre nossos sucessos e perfeição então como alguém poderia alcançar o ideal das pessoas perfeitas dentro da sala? Isso pode fazer a diferença na escolha de alguém de ir para a Igreja ou não.
Élder Jeffrey R. Holland disse em um devocional:
“A Igreja não é um monastério para o isolamento de pessoas perfeitas. É mais como um hospital para aqueles que desejam melhorar.”
Se sempre falarmos sobre experiências no evangelho através do óculos da perfeição, nós estamos compartilhando a verdade ou o que queremos que as outras pessoas escutem?
Fonte: LDSLiving
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