O que me ajudou a perdoar o homem que tirou a vida do meu filho

20 de novembro de 2023 Redação

Em 28 de agosto de 1996, um estudante do último ano do ensino médio foi assassinado em um ato de violência. Nos primeiros dias após o incidente, sua mãe, Sy Snarr, ficou em estado de choque. Contudo, logo foi invadida por uma raiva que viria a conhecer perfeitamente.

“O Consolador me ajudou nos primeiros dias, me ajudou a sobreviver ao funeral, mas eu soube o momento em que o Consolador me deixou. Eu soube e atingi o fundo do poço. Eu estava em um lugar muito, muito escuro.

Tive que entender que [Zach] não ia voltar, estava tão deprimida e aflita que sentia muita raiva pelo que aconteceu. Estava zangada pelo que Jorge, [o culpado], tinha feito com meu filho. Estava zangada com Deus porque sabia que Ele poderia ter evitado tudo aquilo”.

Depois de muitos anos de raiva e ressentimento, Sy percebeu que não poderia viver dessa maneira. Graças ao poder da Expiação de Cristo, ela não só foi capaz de perdoar, mas também de amar Jorge Benevenuto, o homem que tirou a vida de seu filho.

Não havia luz na minha vida

Sy expressou que inúmeras vezes disse ao mundo o quanto odiava Jorge; isso consumia suas interações com os outros, com sua família e com Deus.

“Não havia luz na minha vida, eu não permitia e era minha culpa. Não recorri a Deus porque estava zangada com Ele e com o mundo inteiro. Estava zangada com outras mães que tinham filhos de 18 anos, e sei que é totalmente irracional. Mas… é difícil descrever a profundidade do meu ódio e minha raiva naquele momento”.

Parte do desejo de Sy de retornar à luz e perdoar foi graças a um discurso que uma amiga compartilhou na Igreja. A amiga de sua ala a chamou no domingo de manhã para informar que iria dar uma mensagem sobre o perdão e que não queria incomodá-la.

Esse doce ato de consideração ajudou Sy a se preparar para ouvir, falar e reconhecer o quanto ela precisava do perdão em sua vida.

“Acredito que estava destinada a ouvir essa mensagem porque ela tocou minha alma. Fui comovida e pensei: ‘Isso é o que eu quero. Quero esquecer e quero… perdoá-lo de verdade’”.

Perdoar

No entanto, ela reconheceu que não seria capaz de mudar até que realmente desejasse isso.

“Você tem que querer [perdoar]… por si mesma. Ninguém pode dizer como você deve se sentir”.

Com um novo desejo de perdoar e o Salvador ao seu lado, Sy progrediu e pôde mudar sua maneira de ser.

“As pessoas podem mudar. Eu passei de ser aquela pessoa zangada por muito tempo a… sentir alegria, felicidade e amor por todo o mundo, é algo maravilhoso”.

O pequeno desejo de mudar não teria sido suficiente. Ela aprendeu a confiar que o Salvador a ajudaria a transformar seus desejos em novos atos de fidelidade.

“A Expiação torna isso possível, com certeza. Dou todo o crédito ao meu Salvador por isso”.

O processo de perdão ajudou Sy a conhecer o Pai Celestial e a Jesus Cristo de uma maneira próxima e pessoal que ela não havia sentido antes.

“Antes, eu poderia dizer que não tinha um relacionamento pessoal com Deus, nem com o Salvador, mas agora sinto que sim. Sinto que Os conheço porque me permiti conhecê-Los, issotem sido uma grande bênção”.

Aceitar a orientação de Deus

Anos depois de Sy perdoar Jorge, ele entrou em contato com ela e pediu desculpas pelo que havia feito. Sy deixou claro que o havia perdoado, e ambos iniciaram uma amizade fortalecedora. Jorge liga para Sy quase todas as semanas da prisão, e ambos aguardam ansiosamente notícias um do outro.

Sy guarda todas as cartas que recebe de Jorge e, sempre que possível, o visita na prisão. A família de Jorge visita a família de Sy para participar de eventos e reuniões, e ambas as famílias foram abençoadas por seu relacionamento.

Sy não sabe por que teve que passar por tanta dor, mas confia que Deus tem um plano e propósito para isso. Ela ora por todos que perderam um ente querido e estão em desespero. E, para aqueles que desejam perdoar, ela aconselha: