Lições da história esquecida | Pequena vendedora de fósforos
Todos os anos há épocas de celebração, por exemplo, quando comemoramos o nascimento de Cristo e nos reunimos para compartilhar tradições, alegrias e boas histórias. Contamos sobre o Papai Noel, o Quebra-Nozes, entre outras, que fazem parte da magia dessas datas.
Mas, por trás das luzes cintilantes e da felicidade contagiante, existem histórias menos conhecidas que se adaptaram a cada país, que, se prestarmos atenção, nos ensinam valiosas lições. Hoje, vamos lembrar uma dessas histórias: a da Pequena Vendedora de Fósforos escrita por Hans Christian Andersen.
Era uma noite fria de inverno
Um daqueles invernos cruéis que faziam o vento congelar não importasse quantos casacos as pessoas vestissem. Nas ruas da cidade, as luzes cintilavam, mas o brilho das vitórias e das alegrias de Natal não chegava a aquecer os corações de todos.
Entre as sombras das grandes casas e das lojas iluminadas, caminhava a pequena vendedora de fósforos, com os pés descalços e com pouca roupa e um avental surrado. Seu nome era Maria, mas ninguém a conhecia. Ela não tinha mais ninguém que se preocupasse com ela.
Contudo, a menina continuou a andar nas ruas frias da cidade. Levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos. E carregava consigo uma caixa de fósforos que não conseguira vender uma só no dia todo.
Assim, sentindo muita fome e frio, ia andando de semblante triste, vencida pelo cansaço e desânimo. Sem vender nada e sem receber sequer uma migalha de pão, ela não ousava voltar para casa, pois sabia que seu pai, cruel e impiedoso, a castigaria por não conseguir dinheiro.

Nas janelas das casas, ela olhava as luzes que brilhavam
A pequena vendedora de fósforos conseguia sentir na rua um cheiro de comida pronta e de uma grande ceia. Via também as casas por de dentro das janelas, bem decoradas, a fazia sonhar.
Cada janela iluminada era um pedacinho de esperança, um farol de um mundo quente e acolhedor que parecia estar tão distante dela. Ela imaginava estar lá dentro, ao lado de uma lareira, com uma refeição quente, rodeada por carinho e paz.
Com mãos trêmulas, pegou um fósforo e o acendeu. A chama dançou diante de seus olhos, e, de repente, como por magia da imaginação, viu uma lareira dourada e crepitante diante dela. O calor envolveu seu corpo, e ela esticou as mãos para sentir o conforto… Mas, num instante, a chama apagou, e a lareira desapareceu.

Num último suspiro de esperança
Apressada, acendeu outro fósforo. E então, viu diante de si uma mesa repleta de comida: um peru assado suculento, pães quentinhos, doces de todas as cores. O cheiro delicioso a envolveu, e sua fome pareceu desaparecer… Mas logo a chama se extinguiu, e tudo sumiu, deixando apenas a frieza da realidade.
Ela acendeu mais um. Agora, via uma árvore de Natal deslumbrante, com velas brilhantes como pequenas estrelas. A luz era tão linda, tão acolhedora… Mas, de repente, as velas começaram a subir, subindo, até que uma se apagou no céu. A menina lembrou-se do que sua avó lhe dizia: “Quando uma estrela cai, significa que uma alma está indo para Deus.”
Mais uma vez, seus olhos encheram-se de lágrimas. Sua avó… a única pessoa que a amara de verdade, que a abraçava quando estava triste. Ela havia partido há tanto tempo… Mas, no fundo de seu coração, a pequena vendedora de fósforos desejou que ela estivesse ali, segurando-a em seus braços outra vez.
Como último ato, acendeu todos os fósforos ao mesmo tempo. E então, num brilho dourado, viu sua avó surgir diante dela, radiante, estendendo-lhe as mãos com um sorriso cheio de amor. A menina levantou-se, correndo para ela, e sentiu um calor acolhedor envolvê-la.
Na manhã seguinte, quando a cidade despertou, encontraram a pequena vendedora de fósforos encolhida no mesmo cantinho. Seu rostinho estava sereno, com um leve sorriso. Ao seu redor, estavam os fósforos queimados, como pequenas estrelas caídas do céu.

O que aprendemos com a pequena vendedora de fósforos?
A história da pequena vendedora de fósforos é um clássico que nos ensina sobre a importância da empatia e da solidariedade, lembrando-nos de que a indiferença pode ser tão cruel quanto o próprio frio.
Durante o ano, temos muitas épocas em que nos dedicamos a ajudar os outros, mas não devemos limitar nossa compaixão apenas a essas ocasiões. O amor ao próximo deve ser constante conosco mesmos e para com os outros.
Apesar de seu sofrimento, a menina manteve a esperança em dias melhores, vendo beleza e calor mesmo em meio à adversidade e não deixou seus sonhos acabarem. Sua fé a sustentou até o fim, e devemos ser como ela, acreditando que, independentemente das dificuldades, há sempre uma luz que nos guia.
Também pode interessar:
- Ovelhas perdidas nos dias de hoje: como o Salvador ainda busca por cada uma
- Quando sinto que minhas dúvidas estão corroendo minha fé
- O que dizer para alguém que está passando por uma fase difícil
The post Lições da história esquecida | Pequena vendedora de fósforos appeared first on maisfe.org.
Posto original de Maisfé.org
O post Lições da história esquecida | Pequena vendedora de fósforos apareceu primeiro em Portal SUD.