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Como ser um pacificador durante a ceia de natal

Ah, o Natal. Aquela época maravilhosa do ano em que as famílias se reúnem, agradecem pelas bênçãos, se empanturram naquela ceia farta com os clássicos frango assado, pernil, arroz com passas, manjar e outras coisas mais.

E antecipam ansiosamente o qual será a discussão deste ano na mesa de jantar.  Será religião? Política? Ou talvez a combinação potente de ambas?

As famílias são inerentemente indisciplinadas. “Nenhuma família é perfeita” E os desentendimentos e argumentos de cada família são exclusivos da sua própria mistura distinta de personalidades, experiências, escolhas e, sim, identidades religiosas e políticas.

Especialmente em grandes reuniões que incluem a família inteira, tornou-se cada vez mais raro que todos na mesa estejam do mesmo lado politicamente ou sejam plenamente ativos em alguma religião, mesmo que tenham sido criados dessa forma.

Dadas as divisões ferozes que vemos na cultura mais ampla, como podemos transformar nosso Natal na reunião alegre que esperamos, em vez de tornarmos uma ocasião temida por uma possível briga familiar?

É tudo uma questão de se sentir confortável com o conflito e, em seguida, voltar a amar.

Conflito versus contenda

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A maioria dos Santos dos Últimos Dias pode, pelo menos, parafrasear as palavras do Salvador ao povo de Néfi reunido no templo em Abundância:

“O espírito de discórdia não é meu, mas é do diabo, que é o pai da discórdia e leva a cólera ao coração dos homens, para contenderem uns com os outros. Eis que esta não é minha doutrina, levar a cólera ao coração dos homens, uns contra os outros; esta, porém, é minha doutrina: que estas coisas devem cessar.”

Os Santos dos Últimos Dias muitas vezes assumem que contenda e conflito são a mesma coisa e que paz significa unidade absoluta, alcançada pela eliminação das diferenças. Por isso, enterramos as nossas diferenças e divergências, depois forçamos um sorriso.

Mas esses conflitos não ficam enterrados por muito tempo, quase inevitavelmente surgem de alguma forma, muitas vezes através de atitudes e comportamentos passivo-agressivos.

Jesus não disse que todo conflito estava errado, apenas as formas destrutivas de conflito que Ele rotulou de “contenda”.

Cristo nunca exortou os seguidores a serem clones, com ideias e valores completamente idênticos; em vez disso, ordenou-lhes que tratassem suas diferenças de maneiras positivas que evitassem “raiva” e “disputas”.

Em vez de emitir uma proibição geral contra todas as formas de desacordo, Jesus repreendeu os nefitas por fabricarem pontos de divisão quando não há necessidade.

Observe este ponto importante: a alegação de que o Salvador nos ordena evitar não vem simplesmente de expressar opiniões diferentes ou ver o mundo de maneiras diferentes; em vez disso, a contenda vem de envolver essa diferença em um espírito de raiva.

Oposição em todas as coisas

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O conflito está entrelaçado no próprio tecido da criação. Leí ensinou que “há oposição em todas as coisas” e, sem essa oposição, a criação teria sido “em vão;” (2 Néfi 2:11-12).

O poder criador de Deus foi exercido introduzindo a diferença, ou conflito, no cosmos — separando a luz e as trevas, a terra e a água, as plantas e os animais e, finalmente, o homem e a mulher.

Todos esses pares, de uma forma ou de outra, existem em tensão fundamental e perpétua. Mas é precisamente onde entram em conflito uns com os outros que acontecem coisas notáveis: o conflito entre o dia e a noite dá-nos belos amanheceres e entardeceres.

O conflito entre a terra e a água dá-nos praias e margens rochosas. A natureza “oposta” mas complementar das mulheres e dos homens permite que os casais se unam para criar uma nova vida.

Não admira que Deus, no final do sexto dia, tenha dito que tudo na criação, cheia de conflitos criativos, era “muito bom” (Gênesis 1: 31).

Transformando Conflitos

Antes mesmo de alguém chegar para a ceia de Natal, é provável que se possa antecipar as falhas de conflito que já existem.

O tio Zé é um conservador obstinado, enquanto a sua filha é uma progressista franca. O seu irmão e a sua cunhada deixaram a Igreja e são rápidos em fazer comentários insensíveis e questionar os motivos de todos os outros que continuam a ser membros.

Vovó simplesmente não consegue entender por que e como a bela e brilhante neta em idade universitária e que tanto ama agora usa pronome neutro e trouxe uma namorada para jantar.

O que fazer, a não ser um mapa de onde cada um irá sentar à mesa e esconder as facas afiadas?

Aqui estão cinco ideias:

Veja as pessoas como pessoas

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Não reduza as pessoas às suas diferenças com elas. O tio Zé pode ser um conservador incondicional, mas ele não é apenas isso (mesmo que sua página no Facebook sugira o contrário).

Se você simplesmente não pode falar sobre política com ele, encontre outra coisa para falar —os filhos dele, pesca, música, viagens—o que ele quiser.

Se conseguirem encontrar algo que os dois têm em comum, concentrem-se nisso. Lembre-se, o tio Zé é uma pessoa, tal como você. Seu relacionamento é mais importante do que suas divergências.

Faça perguntas

Mostre interesse genuíno por outras pessoas sendo curioso. Você não tem de debater com a sua sobrinha sobre a sua opinião progressista. Perguntar por que ela se importa tanto com as coisas que faz pode revelar que ela é motivada por valores que você também compartilha.

Agradeça

Chad Ford, um pacificador Santos dos Últimos Dias, escreveu: “a forma como vemos os outros, e depois como os tratamos, influencia poderosamente a forma como os outros nos vêem.” pessoas podem vir se preparando para uma luta.

Quando os tratamos com amor e respeito, em vez de suspeitas e desaprovação, não só os surpreendemos, como também os desarmamos figurativamente. A sua graça abre espaço para que eles respondam da mesma forma.

Seja a mudança

Em vez de ficar preso no mesmo velho ciclo de conflito, faça a escolha de mudar a dinâmica, começando por você mesmo. Comece por se olhar no espelho e perguntar como contribuiu para o conflito. Isto é realmente difícil de fazer.

“Exige que deixemos de lado nossas justificativas”, escreveu Ford,” e abracemos a humanidade daqueles ” com quem discordamos, mesmo que nos tenham ferido.

“É preciso superar a nós mesmos para que possamos estar totalmente abertos aos outros.” Não há garantias de que a outra pessoa responderá favoravelmente. Mas não podemos esperar que os outros mudem se não estivermos dispostos a mudar a nós mesmos.

Seja um pacificador

Jesus não disse “Bem-aventurados os crentes da paz”, mas sim “Bem-aventurados os pacificadores” (Mateus 5:9) .

Deus chama-nos para transformar os conflitos não só na nossa vida, mas também na daqueles à nossa volta. Quando você ver a raiva surgindo e disputas sendo formadas em outra extremidade da mesa, insira-se. Seja proativo.

Um elogio oportuno, um reconhecimento da bondade de ambas as pessoas na discussão, ou mesmo um pedaço de pudim (cheio de calda, é claro) pode ser apenas a coisa necessária para baixar a temperatura na sala para que a raiva diminua.

Neste Natal

Vale a pena rever o conselho que o Presidente Howard W. Hunter deu durante a época do Natal há vários anos. Fazer deste o seu mantra pode ser a maneira perfeita de preparar o seu coração para a paz e a boa vontade que procuramos durante a época do Natal:

“Neste Natal, remende uma discussão. Procure um amigo esquecido. Elimine a suspeita e substitua-a pela confiança. Escreva uma carta. Dê uma resposta branda. Incentive a juventude. Manifeste sua lealdade em palavras e ações. Mantenha uma promessa. Abandone o rancor. Perdoe um inimigo. Desculpe. Tente ser compreensivo. Avalie suas exigências sobre os outros. Pense primeiro em outra pessoa. Seja bondoso. Seja gentil. Ria um pouco mais. Expresse sua gratidão. Acolha a um estranho. Alegre o coração de uma criança. Aproveite a beleza e maravilha da Terra. Fale o seu amor e depois fale de novo”.

Você pode não ser capaz de transformar milagrosamente sua barulhenta e grande família em Sião ao longo de uma refeição. Mas o amor que você traz para as pessoas ao redor da mesa ajudará muito a aliviar a perene “contenda na terra” (4 Néfi 1:15).

Neste Natal, tentem envolver as pessoas à sua volta — mesmo aqueles familiares com quem é difícil falar apenas uma vez no ano — num espírito de amor, não de medo (ver 2 Timóteo 1:7). Esteja você cozinhando ou não, você pode escolher trazer uma ajuda extra de graça, perdão e amor a todos na mesa.

Veja também: A Primeira Presidência convida todas as pessoas a participarem do seu Devocional de Natal em 2022

Fonte: LDS Living

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