Qual o real significado de “não julgar”?
Como seres humanos temos a triste tendência de julgar erroneamente uns aos outros e a nós mesmo.
Como consequência disso, boa parte dos conflitos e sofrimentos que existiram e existem no mundo são causados por julgamentos incivis e equivocados de pessoas e situações. Nosso próprio Salvador foi condenado e morto por julgamentos injustos e maldosos de pessoas que não procuraram entender Suas palavras e ações.
Mesmo com o decorrer dos anos, a maioria de nós não compreende corretamente as leis que nos foram dadas a este respeito. O Senhor disse:
“Não julgueis, para que não sejais julgados; perdoai, e sereis perdoados” (Lucas 6:37).
É correto que não se deve condenar os outros ou julgá-los injustamente, mas ao longo da vida, é preciso avaliar ideias, pessoas e situações.
O Senhor nos deu muitos mandamentos que não podemos guardar sem fazer julgamentos. Por exemplo, Ele disse: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas (…). Por seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:15–16) e “Saí do meio dos iníquos” (Doutrina e Convênios 38:42).
Com isso em mente, o Senhor nos deu a maneira correta de julgar, Ele nos ensina que devemos julgar com retidão (Doutrina e Convênios 11:12).
O conselho de Alma a seu filho Coriânton exemplifica o que o Senhor espera que façamos:
“Sê misericordioso para com teus irmãos: age com justiça, julga com retidão e pratica o bem continuamente” (Alma 41:14)
Nossos julgamentos sobre as pessoas precisam ser guiados por padrões justos, para tomar muitas decisões importantes ao longo da vida, tais como: a escolha de amigos, o voto para escolher os governantes e a escolha do companheiro eterno.
Ao julgar os outros e as circunstâncias de forma justa, tendo o Espírito Santo como guia, podemos dar a eles a orientação de que necessitam e, em alguns casos, isso pode significar proteção para nós e nossa família. De qualquer maneira devemos agir com cuidado e compaixão; e sempre que possível, devemos julgar as situações em vez de julgar as pessoas.
Quem examinar com sinceridade a própria consciência perceberá que, muitas vezes estamos concentrados nas falhas dos outros, quando deveríamos estar nos esforçando para melhorar a nós próprios.
Considerem estas perguntas como um teste pessoal:
- Você guarda ressentimento contra alguém?
- Você trata com aspereza a si próprio?
- Você fala da vida dos outros, mesmo que possa ser verdade?
- Você exclui, afasta ou castiga outras pessoas por algo que tenham feito?
- Você inveja alguém secretamente?
- Deseja ferir aqueles que, de alguma forma feriram você?
Se você respondeu sim a uma dessas perguntas, talvez considere a opção de PARAR AGORA!
O Élder Jeffrey R. Holland disse certa vez:
“O golpe do chicote deixa marcas na carne; mas o golpe da língua quebra os ossos”
Infelizmente, a maioria de nós já sofreu ou está sofrendo pelo golpe da língua. É inaceitável que nós, cristãos, tenhamos esse comportamento cruel e depreciativo. Isso é errado! A doutrina é clara.
É muito simples. Simplesmente temos de parar de julgar os outros e devemos substituir os pensamentos e sentimentos dessa natureza por um coração cheio de amor a Deus e a Seus filhos.
O Apóstolo Paulo, em sua carta aos romanos, disse que julgar os outros é “inescusável”. No momento em que julgamos os outros, explicou ele, condenamos a nós próprios, pois ninguém há sem pecado.
Recusar-se a perdoar é algo grave, pois o Salvador alertou e falou com muita clareza, que pouco espaço há para interpretações. “Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar”, mas Ele disse, “de vós é exigido que perdoeis a todos os homens”. Lembrem-se não poderemos agradar a Deus e nem ser dignos de entrar em Seu Reino sem antes nos reconciliarmos uns com os outros (Mateus 5:22-26).
Para que isso aconteça, ore para ter o amor de Deus, sabedoria e a força necessária para perdoar aqueles que nos ofendem.
Diga coisas positivas. Diga coisas animadoras, inclusive a respeito de si mesmo. Tente não reclamar nem resmungar incessantemente. Seja gentil e bondoso; mais paciente, misericordioso e insistente uns com os outros, assim como nosso Pai Celestial é paciente, misericordioso e insistente com você.
Você não acha que exista pesar e tristeza suficientes nesta vida sem precisarmos acrescentar a isso teimosia, amargura e ressentimentos? Não somos perfeitos. As pessoas ao nosso redor não são perfeitas. Sabemos disso e Deus também sabe.
Muitas vezes, as pessoas fazem coisas que nos incomodam, decepcionam e enraivecem. Infelizmente, nesta vida mortal sempre será assim. Devemos nos esforçar para livrar-nos dos ressentimentos e fazer o melhor que pudermos. Somente dessa forma, ganharemos a salvação e a exaltação que tanto desejamos no Reino de Deus.
Lembre-se de que o céu está cheio de pessoas que têm em comum duas coisas: Elas foram perdoadas. E elas perdoam.
Que nossas palavras, tal como nossas ações, possam ser cheias de fé, esperança e caridade, os três grandes princípios cristãos que são desesperadamente necessários em nossos dias. Não podemos não tornar perfeitos de um dia para o outro, mas podemos ser muito melhores no que diz respeito à amar uns ao outros.