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As mulheres já foram ordenadas ao sacerdócio? Elas davam bênçãos?

O sacerdócio é a autoridade e o poder de Deus dado ao homem para administrar os assuntos da salvação. O sacerdócio é conferido aos homens dignos que cumpram certos requisitos. Ele é dado por imposição de mãos por algum homem que já tenha o sacerdócio, mas somente quando autorizado pelos detentores das chaves do sacerdócio – que é o poder de liderança na Igreja.

O sacerdócio não é dado as mulheres. Entretanto, as mulheres são designadas pelo sacerdócio e agem pela autoridade do sacerdócio. Sim, as mulheres possuem autoridade do sacerdócio!

Presidente Dalllin H. Oaks abordou essa questão numa recente Conferência Geral. Ele disse:

“As chaves do sacerdócio dirigem as mulheres e também os homens, e as ordenanças do sacerdócio e a autoridade do sacerdócio pertencem tanto às mulheres quanto aos homens.”

Neste mesmo discurso ele ensinou:

“Como isso se aplica às mulheres? Num discurso para a Sociedade de Socorro, o Presidente Joseph Fielding Smith, que na época era o Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, disse o seguinte: “Embora as irmãs não tenham recebido o sacerdócio, ele não foi conferido a elas, isso não significa que o Senhor não lhes concedeu autoridade. (…) Um homem ou uma mulher podem receber autoridade para fazer certas coisas na Igreja que são válidas e absolutamente necessárias para nossa salvação, como o trabalho que nossas irmãs realizam na casa do Senhor. Elas receberam autoridade para realizar algumas coisas grandiosas e maravilhosas, sagradas para o Senhor, e tão absolutamente válidas quanto as bênçãos concedidas aos homens que possuem o sacerdócio”.

(…)

Não estamos acostumados a dizer que as mulheres têm a autoridade do sacerdócio em seu chamado na Igreja, mas que outra autoridade poderia ser? Quando uma mulher — jovem ou idosa — é designada a pregar o evangelho como missionária de tempo integral, ela recebe a autoridade do sacerdócio para realizar uma função do sacerdócio. O mesmo se aplica quando uma mulher é designada para atuar como líder ou professora em uma organização da Igreja, sob a direção de alguém que possui as chaves do sacerdócio. Qualquer pessoa que atue em um ofício ou chamado recebido de alguém que possui as chaves do sacerdócio exerce a autoridade do sacerdócio ao cumprir seus deveres designado.” (“As chaves e a Autoridade do Sacerdócio”, Conferência Geral abril de 2014)

Diferença entre designação e ordenação

Mulheres e homens são designados para servir nos mais diversos cargos da Igreja. Eles agem com autoridade do sacerdócio. Mas as mulheres não são ordenadas ao Sacerdócio Aarônico e nem ao Sacerdócio de Melquisedeque. Elas são recebem ofícios do sacerdócio.

Joseph Smith, o primeiro profeta de nossa dispensação, organizou sob inspiração divina a Sociedade de Socorro – uma organização para mulheres. Joseph usou a palavra “ordenação” quando designou as primeiras líderes da Sociedade de Socorro. Ele também declarou: “Agora passo a chave a vocês em nome de Deus”.

“Essas declarações indicam que Joseph Smith delegou a autoridade do sacerdócio às mulheres na Sociedade de Socorro. As palavras de Joseph podem ser mais bem compreendidas no contexto histórico. Durante o século 19, os santos dos últimos dias usavam o termo chaves para se referir, em diversos momentos, à autoridade, ao conhecimento ou às ordenanças do templo. Da mesma forma, os membros da Igreja, às vezes, usaram o termo ordenar em um sentido amplo, muitas vezes indistintamente com designar por imposição de mãos e nem sempre se referindo ao ofício do sacerdócio. Sobre esses assuntos, as ações de Joseph mostram o significado de suas palavras: nem Joseph Smith, nem qualquer pessoa agindo em nome dele, ou nenhum dos seus sucessores conferiu o Sacerdócio Aarônico ou de Melquisedeque às mulheres ou ordenou mulheres aos ofícios do sacerdócio.” (Tópicos do Evangelho: Ensinamentos de Joseph Smith sobre o sacerdócio, o templo e as mulheres)

Anos mais tarde, palavras como “ordenação” e “chaves” foram definidas com mais precisão. O terceiro presidente da Igreja, John Taylor, que agira sob designação de Joseph Smith para “ordenar e designar por imposição de mãos” Emma Smith e suas conselheiras, explicou em 1880 que “a ordenação dada na ocasião não significava conferir o sacerdócio àquelas irmãs”. O que ocorrera é que as mulheres haviam recebido autoridade para presidir a organização das mulheres e indicar líderes, conforme necessário, para conduzir a organização no padrão do sacerdócio, inclusive sendo lideradas por uma presidente com conselheiras.

As mulheres podiam dar bênçãos de cura?

Joseph Smith ensinou:

“Se as irmãs tiverem fé para curar os enfermos, que todos refreiem sua língua e deixem que a prática continue”.

Algumas mulheres tinham usado a “imposição de mãos” e dado bênçãos desde os primórdios da Igreja. Na época, os santos dos últimos dias entendiam que o dom de cura, principalmente como citado nos ensinamentos do Novo Testamento, era um dos dons do Espírito disponíveis aos crentes por meio da fé. Joseph Smith ensinou que o dom de cura era um sinal que seguiria “todos os que cressem, fossem homens ou mulheres”.

Durante o século 19, as mulheres frequentemente abençoavam os doentes pela oração de fé e muitas mulheres receberam bênção do sacerdócio prometendo que teriam o dom de cura.

“Vi muitas demonstrações do poder e da bênção de Deus por meio da administração das irmãs”, testificou Elizabeth Ann Smith Whitney, que foi, conforme seu próprio relato, abençoada por Joseph Smith para exercer esse dom. Em relação a essas bênçãos de cura, a presidente geral da Sociedade de Socorro, Eliza R. Snow explicou em 1883:

“As mulheres podem ministrar em nome de JESUS, mas não em virtude do sacerdócio”.

A participação das mulheres nas bênçãos de cura diminuiu gradualmente no início do século 20 quando os líderes da Igreja ensinaram que era melhor seguir a instrução do Novo Testamento para “chamar os anciãos”.

Por volta de 1926, o presidente da Igreja Heber J. Grant afirmou que a Primeira Presidência “não [incentiva] o pedido de chamar as irmãs para ministrar aos doentes, porque as escrituras nos dizem para chamar os élderes, que possuem o sacerdócio de Deus e têm o poder e a autoridade para ministrar aos doentes em nome de Jesus Cristo”. Atualmente, o Manual 2: Administração da Igreja indica que “somente os portadores do Sacerdócio de Melquisedeque podem administrar aos doentes ou aflitos”. (Tópicos do Evangelho: Ensinamentos de Joseph Smith sobre o sacerdócio, o templo e as mulheres)

Assim, as mulheres impunham as mãos como sinal de que tinha fé para curar, e muitas tinham o “dom da cura”. Mas nenhuma delas curava em “virtude do sacerdócio”. Hoje as mulheres não impõem as mãos, mas exercem grande fé para abençoar doentes e aflitos.

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