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Deus está com raiva de mim porque pequei?

Quando eu tinha mais ou menos 10 anos, eu tive uma brilhante ideia. Eu iria fazer uma capa de tecido para meu diário. Minha mãe, que gostava de costurar, tinha um grande estoque de tecidos das mais variadas cores e estilos. Pensei que se eu pegasse algum deles para fazer minha capa ela não sentiria falta, pois afinal, ela tinha muitos.

Peguei um deles, recortei no tamanho que queria, colei uns pedaços, fiz minha capa e não falei nada para minha mãe. Algumas semanas depois, ela percebeu que um de seus tecidos mais caros fora recortado de maneira extremamente grosseira, exatamente do tamanho da minha capa de tecido para diário. 

Minha mãe ficou brava comigo por semanas e eu me senti muito mal por isso. Minha capa de tecido nem tinha ficado tão legal e ainda por cima, deixei minha mãe meio nervosa. Naquele momento, senti que ela nunca iria me perdoar. 

Ele está com raiva?

Felizmente, nosso Pai Celestial não age como minha querida mãe. Para Ele, quando nos arrependemos sinceramente, sentimos pesar e desejamos mudar, Ele perdoa nossos erros e se esquece deles (D&C 58:42-43). E se Ele se esquece de nossos pecados, Ele não sente raiva de nenhum de nós. 

Na primeira seção de Doutrina & Convênios, o Salvador Jesus Cristo nos ensina:

“Pois eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância; entretanto, aquele que se arrepender e cumprir os mandamentos do Senhor será perdoado” (D&C 1:31–32).

Deus nunca concorda com nossos pecados, para Ele o pecado sempre é e sempre será errado. Porém, por maior que seja a quantidade de nossos erros, o Pai Celestial continua nos amando.

O que aprendi sobre Jesus Cristo com a vista de Élder Oaks

“Vai-te, e não peques mais”

Como representante de Deus na Terra (João 5:19), o Salvador Jesus Cristo nos demonstrou essa verdade ao conversar com a mulher que foi apanhada em adultério. Os fariseus que trouxeram a mulher à presença de Cristo, esperavam que Ele a castigasse ou que a fizesse cumprir com a lei e fosse apedrejada. O Salvador então disse:

“Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (João 8:7).

Então, os acusadores daquela mulher se foram e somente Jesus permaneceu.

“E endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (João 8:10-11).

De todas aquelas pessoas presentes, somente o Salvador poderia ter condenado aquela mulher. Ele poderia ter atirado a primeira pedra, mas não o fez. Ele poderia ter sentido raiva daquela mulher por conta de seus erros, mas não o fez. Por causa de Seu amor perfeito por cada um de nós, Cristo disse àquela mulher: “nem eu também te condeno” e por causa de sua natureza e justiça perfeita também falou: “vai-te, e não peques mais”. Deus e Jesus Cristo nunca amaram o pecado, Eles sempre amam cada filho de Deus, mesmo aqueles que pecam. 

Tristeza e alívio

O Elder Jeffrey R. Holland declarou:

“Na manifestação do perfeito amor do Pai pelo Filho perfeito, em Seu sofrimento mútuo e na tristeza que compartilhavam pelos pecados e pelos sofrimentos de todos nós, vemos o significado pleno desta declaração: ‘Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele’ (João 3:16–17).”1

É através de Cristo, de Seu amor e expiação, que podemos nos arrepender e sentir-nos livres desses sentimentos ruins. Por muitas vezes pensamos no arrependimento como algo doloroso e triste, mas é exatamente o contrário. O Elder D. Todd Christofferson disse: “O arrependimento é uma dádiva divina e deveríamos ter um sorriso no rosto quando falamos dele.”2 O arrependimento nos ajuda a sentir o alívio necessário para nossas almas e nos aproximar dos céus.

Identificar a origem dos pensamentos 

O inimigo sabe do grande poder que recebemos ao nos arrepender e ele acaba nos levando a pensar que Deus está desapontado conosco, que nossos erros são tão horríveis que não podemos ser perdoados e que Deus está com raiva de nós. Se você está começando a pensar assim, pare já! Esses pensamentos não são de nosso Pai Celestial.

Deus é nosso pai, e por ser nosso pai Ele sempre nos amará por mais que erremos. Tenho certeza que minha mãe continua me amando, mesmo que eu tenha destruído um de seus tecidos mais bonitos e sei que ainda sendo uma filha imperfeita ela perdoa os erros que cometo frequentemente.

Sentimos que tudo está desmoronando no momento em que as coisas acontecem, mas se mesmo minha mãe, sendo humana, perdoa minhas mancadas e não fica (tão) brava, o que podemos dizer de nosso amoroso Pai Celestial?


Escrito por Marie Sunaga

Referências:

1 – A Verdadeira Natureza de Deus

2 – A Divina Dádiva do Arrependimento

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Como entender a doutrina e o processo do arrependimento

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